segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Bloco das 'Bikes'

Em clima de carnaval fora de época, o bloco das bicicletas se encontra na Rua Pacheco Leão, no Horto. Na concentração, os "foliões" enfeitam suas bikes, uma atração à parte, com flores, chapéus, máscaras, e bandanas. 

Os modelitos dos participantes também chamam a atenção. Saias floridas, short com estampas de bandeirinha, bolerinho de renda, lenço no cabelo e óculos retrô compõem o figurino supercolorido.

A festa em movimento, batizade de Passeio Completo, é inspirada no Cycle Chic, que nasceu em Copenhague, na Dinamarca, e foi realizada pela primeira vez no Rio há um mês, com cerca de 30 participantes. No domingo passado, rolou a segunda edição, com mais ciclistas ainda. O desfile tem hora marcada para começar, às 13h. Mas, como manda a tradição carioca, os convidados só aparecem com meia de hora de atraso. Inclusive os organizadores. O convite, em geral, é disparado através de Facebook, dias antes do evento. O próximo é daqui a três semanas.


 - É um movimento espontâneo para unir pessoas com uma afinidade em comum: o prazer de andar de bicicleta. É a tropicalização do Cycle Chic - diz Tiago Leitman, um dos organizadores do Passeio Completo.


A ideia é sair do Horto e partir em grupo até a Urca. Às 14h, Tiago sobe num banquinho e dá as diretrizes do percurso, que passa pela Rua jardim Botânico, pela Lagoa e pelo Jardim de Alah, depois segue pela orla até a Avenida Princesa Isabel e atravessa o Túnel Novo rumo à Urca. Começa o cortejo. O bloco é puxado por Julio Martin, que pedala um triciclo e leva uma caixa de som na garupa. A trilha sonora tem marchinha de carnaval, MPB, funk e hip hop. Julio improvisa uma coreografia com os braços, e o bando imita.

Logo no início do trajeto, o desfile encara uma feira na Rua Lineu de Paula Machado. Para cumpimentar os feirantes, os ciclistas acionam suas buzinas e são retribuídos com assobios. Na ciclovia, na Lagoa, algumas pessoas que pedalam sem compromisso se juntam à turma, enquanto outros abrem alas para o bloco passar. Na orla de Ipanema, surpresa com a movimentação, a banhista Claudia Soares tenta interromper o desfile:
- Vocês tem site? Como eu fico sabendo do próximo passeio?

No Arpoador, uma pausa para água de coco, cerveja e mergulho no mar. As bicicletas são colocadas em fila, na beira do calçadão, onde, ao fundo, estão a praia lotada e o Morro Dois Irmãos. Alguns participantes se rendem ao sol e ficam na areia. A pesquisadora Luiza Carvalho, que se junta ao grupo por lá, avisa que a Praia de Copacabana está bloqueada por uma procissão. Por um segundos, organizadores, nem tão organizados assim, cogitam desistir do passeio, mas decidem seguir adiante. Pedalando pela pista de dentro da orla, o Passeio Completo ultrapassa a multidão. Depois de atravessar o Túnel Novo, o cortejo chega à Urca.



  - A bicicleta faz parte da cultura do carioca. Mas as ciclovias ainda são muito precárias. Na minha opinião, a gente deveria pedalar o trajeto inteiro entre os carros, para causar mais impacto - diz a designer Júlia Rocha.

No finalzinho da brincadeira, às 17h30m, os foliões buzinam para os frequentadores do Bar da Urca, que os recebem com palmas. É o começo do fim, e alguns ciclistas já se preparam para o retorno. Outros, na mureta, aproveitam para descansar, tomar uma cerveja gelada e/ou comer um pastel, curtindo o fim de tarde.

Fonte: Jornal O Globo por Carolina Ribeiro
 

Maravilhosa a iniciativa destas pessoas, além de ser um exercício saudável, é ecologicamente correto.

O Rio de Janeiro conta com uma malha cicloviária de 140 km com paisagens lindíssimas. Aproveite!

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